Um pouco mais do que pensar na vida e suas curiosas implicações

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É sempre importante deixar claro nosso ponto de vista.

Comentário sobre a choradeira da vez: Copa do Mundo da FIFA 2014

Muito tem se visto e ouvido a respeito das indignações em torno dos preparativos para a Copa do Brasil de 2014. Todos (generalização por licença estética) desde a dita “Imprensa Golpista” até consagrados filósofos moradores de rua já tiveram seu espaço pra reclamar e esbravejar sobre o tema.
Sem fugir da regra o polêmico Luiz Carlos Prates fez o mesmo num vídeo que não vi por total desinteresse, mas prometo colocar o link aqui quando puder.
Mas o que interessa no texto de hoje, a mim pelo menos, é registrar o comentário do amigo Renato Lyon sobre o tal vídeo e também sobre o tema:

Eu conheço o Prates desde os tempos de RBS, todo dia eu o via falar sobre algo. É um babaca ignorante, sempre foi, mas dá IBOPE e por isso tem sempre uma emissora cretina dando espaço pra ele. Isto posto, vamos analisar algumas coisas:

  1. Foda-se quem vai jogar no estádio. Quando as obras atrasaram, não se sabia quem ia jogar lá. A questão não é quem vai jogar lá, seja quem for, a partida é importante para o torneio tanto quanto qualquer outro jogo é. A questão é que se assumiu um compromisso de sediar esses eventos.
    Ninguém veio aqui no Brasil implorar para que sediássemos esses eventos. Nós é que fomos lá IMPLORAR e competir pelo direito de sediar esse evento. E eu não lembro (se alguém se lembra, por gentileza me diga) de filho da puta nenhum protestando naquela época.
    Veja: uma coisa é protestar pelo excesso de gastos, obviamente superfaturados e etc. Outra bem diferente é querer atrapalhar a realização do evento agora. Não é mais hora, infelizmente. Atrapalhar o desenrolar do evento não atingiria em nada quem está nos roubando e nos prejudicando. Pelo contrário, foderia com a imagem do Brasil no exterior. Seria assinar um atestado de incompetência gerencial e técnica do nosso país. Você escolheria um país que não consegue realizar eventos do tipo pra fazer negócios ou faria negócios com a África do Sul, nosso concorrente direto como emergente e que realizou um bom evento? Percebem?
    Isso não pode ser usado como desculpa. Mas cada coisa e cada cobrança no seu lugar e hora, por favor!
  2. Eu me irrito profundamente quando falam mal da esquerda. Por quê? Porque não é porque o PT tem feito maus governos e é PARTE da esquerda no nosso país que a esquerda seja ruim. É mostrar 1/10 da verdade e tomar ela como o todo.
    A direita (Os Governos Militares inclusos) fodeu nosso país. Por dois motivos. O primeiro é que ela é tão incompetente e rouba tanto quanto a esquerda. Nosso problema com a corrupção é apartidário e cultural. E em segundo lugar, o discurso direitista no Brasil depende de somas vultosas para ser realizado, daí nos vemos nas mãos dos EUA e etc. Porque pegamos empréstimos até pra peidar mais bonito, numa mentira que dura muito pouco e não se sustenta. Ficamos com uma dívida maldita dos tempos de direita.
    Dos males o menor. Que trabalhemos apenas pra contornar e sanar um governo corrupto. Porque trabalhar pra sanar e contornar um governo corrupto e perdulario é demais.

O amigo disse o que disse e eu só pude discordar de uma coisa ao mesmo tempo que atendo a uma reivindicação dele:
EU SOU UM FILHO DA PUTA E PROTESTEI NA OCASIÃO DA “COMPETIÇÃO PARA SEDIAR A COPA”. (aqui…) Mas meu protesto foi rechaçado e taxado de antipatriota, babaca e retrógrado.
Já naquela época eu não via a menor vantagem em sediarmos a Copa justamente por não ser um retardado alienado e saber que tudo envolvendo tal evento seria nada menos que pretexto para desvio de vultosos recursos dos cofres do país a custa do suor de todo tipo de trabalhadores, os honestos e os safados. Os mesmos trabalhadores que certamente estarão ávidos por folgas do trabalho nos dias dos jogos.

Durma-se com essa!

Uma utopia sobre uma triste atualidade: A polêmica dos médicos cubanos no Brasil

Acompanhando a polêmica sobre o desenlace do Programa Mais Médicos que culminou (até a publicação deste) na vinda de médicos cubanos para o Brasil, fiz algums comentários em alguns posts do Facebook e achei por bem deixar este aqui:

“Um amigo comentou um fato sobre a vinda dos médicos cubanos: que eles atenderão somente os mais pobres e miseráveis do país.

Pois é. Só neste fato, já há duas coisas bem relevantes que estão sendo desprezadas na mobilização que se vê!

Uma é que os pobres e miseráveis são um eleitorado bastante influenciável justamente por causa da outra coisa que é a extrema carência de assistência do Estado. Ou seja, terreno fértil pra militância de qualquer ideologia política ou econômica.

O que eu quero dizer com isso?

Eu escolhi ser professor já na época que entrei no ensino médio. E fiz essa escolha por ter entendido logo cedo que a gente muda o mundo aos poucos, plantando sementes boas ao longo dos anos. Se você pretende mudar algo, faça mais do que votar e depois de um ou dois anos ficar xingando políticos porque eles frustraram suas expectativas pessoais (pra não falar ‘daquelas mais mesquinhas’).

Pense no próximo, trabalhe duro pelo bem comum! Estude, conheça a verdade e semeie-a entre os seus. Pratique a bondade e a justiça. Pode ser idealismo juvenil meu, mas me parece mais promissor.”

A verdade é que dentre tantas abordagens desse episódio da nossa história recente nenhuma delas parece se ocupar do que é realmente importante. Penso ser uma excelente oportunidade de revermos nossa postura omissa e inconsequente enquanto cidadãos.

Mafalda - sobre a ensinar e aprender

Vida de Músico em Terra de Faroeste Caboclo

Após algum tempo desde a primeira vez que resolvi me aventurar a tocar em estabelecimentos que ofereciam música ao vivo a seus clientes passei a ver com outros olhos, estarrecidos, adianto, como funciona a cena musical aqui por estas bandas. [trocadilho incidental]

Desde sempre sou fascinado por música. Minha avó conta que eu já cantava Lulu Santos com certo primor antes mesmo de entender do que se tratava. Anos depois, quando troquei um vídeo game que havia ganhado de presente da minha madrinha (que teve que fazer um certo malabarismo pra convencer meu primo a abrir mão dele) pelo meu primeiro violão, pude vivenciar essa paixão de maneira mais efetiva. Era muito frequente eu promover luaus regados a vinho e Di Giorgio na Praça dos Três Poderes, Orla do Lago Norte…, para os quais sempre convidava amigos e parentes.

Certo dia, meio que de brincadeira, propus à Luiza Neiva, amiga e dona do Café com Letras, que eu fizesse a trilha sonora da noite. Ela topou na hora e foi um barato a minha estréia nessa brincadeira de tocar pra outros ouvintes além de mim mesmo. Lembro que foi meio delicado pra mim receber o couvert artístico ao final de um evento que promovi pra meu deleite pessoal. A grana não estava nos meus planos.

Perto dessa época comecei a tocar com meu irmão que já vinha de uma razoável experiência tocando “profissionalmente” em várias iniciativas e vertentes musicais mesmo sendo mais novo. A Radiola de Cordas formou-se a partir dessa vontade de tocar as músicas que a gente curtia ouvir desde moleques.

Bom pra nós que essa vontade não é só nossa. A gente encontra eco nas pessoas que nos ouvem pelos casamentos, shoppings, escolas, festas, eventos e bares onde tocamos e eis aqui uma receita feliz pra quem é proprietário de bares ou promotor de eventos: oferta e procura. Julgo apropriado dizer que Brasília tem uma grande carência de espaços adequados pra quem curte música. Vide a polêmica do fechamento do Café da Rua 8 e a questionável atuação da AGEFIS frente ao problema.

Já aqui neste ponto a coisa toda passa a assumir outros contornos. Graves, acrescento, pra quem opta por garantir seu sustento com a grana paga pelos dotes musicais.

Atualmente não existem muitos instrumentos legais que satisfaçam as reais necessidades do exercício profissional, salvo nos casos de músicos de orquestras sinfônicas (país afora) que passam por concursos públicos e tem nisso uma carreira relativamente próspera.

Apesar de caduca a Lei 3.857 de 1960 instituiu a OMB com o objetivo de garantir suporte legal à atividade do músico profissional. Mas há um certo furor por parte de alguns músicos para acabar com a OMB quando o esforço, na minha humilde opinião, deveria ser justamente de fortalecer a instituição e por meio dessa representação buscar a reformulação da legislação no sentido de garantir alguma dignidade.

Longe dessa longa discussão legal que é multi facetada está a realidade de quem toca pra fazer a animação de quem está desfrutando de seu momento de lazer.

Até onde sei há duas modalidades de pagamento praticadas por estas cercanias: couvert artístico, cobrado pelo estabelecimento dos frequentadores para os músicos e o cachê fixo, valor pré-estabelecido.

No primeiro caso, o primeiro problema: há quem diga que o couvert artístico não é obrigatório e por isso alguns donos/gerentes de estabelecimento valem-se desta informação dúbia para suprimir dos músicos a paga pelos serviços prestados.

Se você costuma frequentar bares que cobram couvert artístico, reflita sobre isso quando for pagar a conta. Mesmo que o músico seja ruim ou não tão bom quanto você gostaria, considere jogar limpo com ele pois ele provavelmente tira disso o sustento dele e vai gostar do feedback que favoreça seu aprimoramento.

Há um outro problema: como muitos pagamentos de conta são feitos com cartões de débito e crédito acontece sempre de o pagamento pelas horas de animação ser adiado de acordo com a conveniência dos donos/gerentes de bares. Absurdo? E quando o dono do estabelecimento tira do couvert artístico percentual referente ao custo das transações com cartão?

Eu resolvi escrever sobre esse assunto porque ao longo de 7 anos me deparei com várias situações dessas e vejo o quanto ela afeta pessoas que, como disse antes, fazem da música seu ganha-pão.

Mesmo sendo um Analista de Sistemas que nas horas vagas se diverte tocando e ganha o bastante pra financiar apenas a manutenção dos equipamentos e instrumentos que uso pra vivenciar essa paixão de família, já tomei muitos calotes de gente que não tem um “semi-fuso” de respeito pelo trabalho dos outros.

E olha que eu não uso equipamentos de primeira linha, que no Brasil, em Brasília especialmente, chegam a custar de 2 a 5 vezes o que ganha um Analista de Sistemas de nível pleno. (Veja exemplo)

Momento Recados

Se você é músico, organize-se, profissionalize-se para oferecer o melhor da sua veia artística e dela tirar sua retribuição de forma justa e gratificante.

Se você é apreciador de música, procure dar preferência a estabelecimentos e eventos que respeitam os artistas que trabalham durante suas horas de entretenimento.

Se você é dono/gerente de estabelecimento, procure valorizar seus clientes e os artistas mantendo seu negócio próspero.

O Brazil da Copa de 2014 e a Telefonia [Móvel] de 1950*

A telefonia móvel se tornou item de primeira necessidade no país, tanto para o uso pessoal, quanto para o desenvolvimento do setor público e privado. No início do ano a ONU publicou um relatório sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, e, não era segredo pra ninguém, o Brasil apareceu como o país em que o custo deste serviço é o mais caro entre os países em desenvolvimento.

A gente paga caro e o mais legal, é que ninguém sabe quais as exigências a ANATEL faz para que as nossas “queridas e amadas” operadoras de telefonia, tal como são desconhecidas da população as medidas promovidas pela agência para garantir a melhoria contínua dos serviços, as sanções que já foram aplicadas em razão do descumprimento dos termos dos contratos de concessão e dos serviços além de abusos cometidos contra o direito do consumidor.

Resultado do cenário acima é que as operadoras prestam serviços com preços extorsivos, qualidade que de tão ruim torna quase nula a prestação do mesmo, não dispõem de mecanismos eficazes de solução de problemas técnicos dos mais simples aos mais complexos, profissionais das linhas de atendimento mal capacitados e a ANATEL, concebida para garantir que as empresas concessionárias prestem serviços de ponta pra população, porta-se como um enorme cabide de empregos e instrumento de articulação política fechando os olhos diante desse cenário caótico e vergonhoso em que se encontra o sistema de telecomunicações no Brasil.

O país da Copa de 2014 vivendo a derrota de 1950 na Saúde, Infraestrutura, Segurança, Tecnologia e Educação.

Portanto, ANATEL, rogai por nós.

Cartinha ao Sr. Governador do DF

Agnelo NOT SO HAPPY

Agnelo Queiroz

Querido governador lindo,

Eu sei que sua agenda de compromissos sociais tem atrapalhado bastante o cumprimento do cronograma de governo prometido durante as eleições. Eu também entendo que conseguir adiar uma CPI sobre grampos deve ter tomado muito do seu precioso tempo.

Portanto quando o senhor conseguir ficar mais atuante em seu governo eu gostaria de pedir pro senhor não esquecer de retomar o cronograma de governo e cumprir as promessas que o senhor fez durante as eleições.

Eu votei no senhor, bem como alguns poucos lúcidos conhecidos meus, e acho de verdade que você é capaz de fazer um governo melhor do que os anteriores. Pelo menos quero continuar crendo nisso, porque gosto de acreditar nas pessoas de bem. Gosto de verdade e é exatamente por isso que eu vou dar esses toques p’ro senhor:

  • Evite andar menos de carro pelas estradas do DF! Use seus outros meios de transporte, tipo helicóptero, iatezinho e tal. As estradas estão horríveis e os carros estão estragando em cada buraco que mal dá pra acreditar que aqui é a Capital Federal.
  • Tente fazer um esforço para matricular seus filhos nas escolas particulares. Essa greve pode acabar frustando os planos para suas férias de fim de ano, é sério.
  • Evite também vir ao trabalho de manhã nos horários de pico, pois o trânsito está bem centralizado. Todo mundo vai trabalhar praticamente no mesmo lugar, o trânsito não está fluindo muito e não há mais tantas vagas nos estacionamentos públicos.
  • Tente pegar uma carona ou utilize o transporte público quando tiver que chegar mais cedo ao trabalho. E se for de baú (nome carinhoso que se refere à idade dos ônibus) saia cedo pra não correr o risco de chegar atrasado devido à manutenção dos ônibus. É muito comum eles quebrarem por aí.

Enfim governador. Eu vou continuar esperando pelo senhor. Não esqueça de dar um toque quando o senhor puder retornar às suas atividades normais. A gente vai gostar de ver cessarem aquelas piadas de mau gosto justificáveis que fazem comparando o senhor àqueles outros moços que estiveram no seu lugar.

Queria mesmo que o senhor tentasse observar alguns pontos que eu mencionei aqui pois assim o senhor acaba ajudando a gente também.

Ah, não se esqueça de se agasalhar bem pois o inverno tá chegando aê e o senhor deve ter notado que o sistema público de saúde anda com francas dificuldades em atender a demanda da população. Eu sei que o senhor não iria recorrer ao HB-DF, mas os hospitais particulares andam com umas práticas meio esquisitas também.

Obrigado.

🙂

Ass: Todos nós que acreditamos que as coisas por aqui podem mudar.

PS.: Sem querer pedir muito, se puder incentivar sua equipe a trabalhar mais também pode ser que isso tire algum peso dos seus ombros.

Discernimento em Ampolas

AmpolasDesde que comecei a ter alguma compreensão de como a vida funciona eu passei a admirar um traço humano por demais bacana: a inteligência, sobretudo quando ela se manifesta por meio do discernimento.

O tal discernimento atua como uma espécie de filtro que, no limiar da nossa individualidade, nos permite agir mais primitivamente ou mais racionalmente na proporção do desenvolvimento deste traço em nós.

Em algumas linhas de pensamento diz-se ainda que o discernimento nos permite agir mais de acordo com os desígnios Divinos em nossa vida.

Ao longo do meu desenvolvimento como pessoa adulta aprendi a valorizar a real necessidade de aprimorar esse traço e felizmente essa incessante busca tem me tornado capaz de administrar situações em que o meu eu primitivo cometeria deslizes que me trariam muito arrependimento.

Não que eu não os tenha cometido, mas sem discernimento os meus deslizes também não me serviriam de aprendizado nenhum.

O que se vê mais notoriamente é que as inúmeras mazelas que nossa geração enfrenta, desde a vida pessoal/familiar até a vida social mais ampla atuam por vezes de modo a desligar essa característica tão fundamental.

Por mais absurdo que possa parecer o título do Post It Na Testa de hoje ele reflete um anseio utópico de que se descubra uma forma de sintetizar o discernimento pra que ele seja administrado em ampolas como a Benzetacil.

Eu prefiro comparar com a Benzetacil porque ela está entre as injeções menos ‘amadas’, mas quando administrada elimina a infecção em poucas horas.

A maior vantagem das ampolas, além da cura quase instantânea, é que tal qual a Benzetacil ia dar pra prender o paciente entre as pernas e aplicar na força bruta como minha amada [super] avó Iracema fazia quando eu era moleque e esperneava com medo da injeção.

Obrigado, vó! Te devo minha vida!

Só pra constar, a gente falha miseravelmente quando age em desacordo com as crenças e ideologias que defendemos sob templos ou escolas acadêmicas. Seja qual for o pretexto utilizado.

Por sorte sempre há a chance de recomeçar, de rever e acertar o passo.

 

Como o dilema da Cruz e a Espada.

Eu escolhi a espada!

Chuvoso

“Aprendi que a desavença é porque sempre alguém pensa que ninguém mais tem razão.” – Aprendiz de Feiticeiro

Itamar Assunção

A alienação como bandeira

Em conversa de boteco surgiu uma questão que passei a considerar fundamental na busca por uma vida menos ordinária.
A alienação de nossa sociedade hiperconectada diante das dificuldades de se tomar decisões e enfrentar barreiras rumo a um desenvolvimento efetivo da humanidade parece ser a peste negra da vez.
Isso aflige quem pode ainda ter alguma fé e alguma vontade de participar da mudanças que o mundo tem que sofrer uma vez que, contra essa “nova” peste negra, um bom discurso e a maior boa vontade podem não ser a solução definitiva.
Preocupe-se com o seu papel nas mudanças que você acredita serem necessárias. Não basta esperar que o façam por você.

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