
Assisti há pouco o filme Colossal de 2017 com a Anne Hathaway e Jason Sudeikis.
Fiquei bem intrigado com que imaginei ser uma metáfora para relacionamentos tóxicos e sentimentos reprimidos desencadeando distúrbios de comportamentos sociais.
Lancei o prompt no Deep Seek (com o modo pesquisa e pensamento profundo ativados) pra explicar qual base teórica que inspirou o enredo desse filme.
Deleitem-se!
Com base na análise do filme Colossal (2017) e dos referenciais teóricos disponíveis nos resultados de pesquisa, a narrativa apresenta uma rica metáfora para dinâmicas de relacionamentos tóxicos, repressão emocional e suas consequências, alinhando-se principalmente a conceitos da psicologia cognitiva e traumática. Abaixo, explico as bases teóricas que sustentam essa interpretação:
🧠 1. Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) e Trauma Precoce
A Terapia do Esquema, desenvolvida por Jeffrey Young, fornece a estrutura mais evidente para o enredo. Os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) são padrões cognitivo-emocionais formados na infância devido à frustração de necessidades emocionais básicas (como vínculos seguros e validação). No filme:
- Gloria (Anne Hathaway) exibe esquemas como “Abandono/Instabilidade” (medo de solidão, automedicação via álcool) e “Autossacrifício” (submissão a Oscar para evitar conflitos) .
- Oscar (Jason Sudeikis) manifesta esquemas de “Desconfiança/Abuso” (ciúme patológico, controle violento) e “Grandiosidade” (necessidade de domínio sobre Gloria e a cidade), típicos de indivíduos que sofreram ou testemunharam violência na infância .
O estudo correlaciona abuso emocional precoce – prevalente em 36,3% dos casos globais – ao desenvolvimento de múltiplos EIDs, explicando a disfuncionalidade persistente dos personagens .
⚖️ 2. Eventos Estressores Precoces (EEPs) e Ciclos de Repetição
Os EEPs (abuso físico/emocional/sexual e negligência) são centrais na gênese dos EIDs. O filme vincula o monstro de Gloria às suas experiências traumáticas reprimidas:
- Metáfora do monstro: Representa a externalização da raiva e culpa não processadas, alinhando-se à teoria de que EEPs não resolvidos geram sintomas internalizantes (depressão, ansiedade) ou externalizantes (agressão, impulsividade) .
- Oscar personifica o ciclo de violência: sua transformação de “amigo” em agressor sugere a internalização de modelos relacionais tóxicos, comum em vítimas de abuso emocional infantil que reproduzem padrões aprendidos .
🔄 3. Dinâmicas de Relacionamentos Tóxicos e Poder
A relação Gloria-Oscar ilustra conceitos de violência estrutural e dependência emocional:
- Desequilíbrio de poder: Oscar usa manipulação psicológica para isolar Gloria, refletindo a “frustração nociva das necessidades” de segurança e autonomia, teorizada por Young .
- Culpa internalizada: Gloria inicialmente assume a culpa pelo caos (“monstro”), metaforizando a internalização da opressão – conceito análogo à “colonialidade do ser” discutida em estudos sobre violência simbólica .
💥 4. Catarse e Enfrentamento como Superação
O clímax do filme, onde Gloria confronta Oscar, simboliza a ruptura com ciclos disfuncionais:
- Destruição do esquema: A morte do monstro/Oscar representa a reestruturação cognitiva proposta na Terapia do Esquema, onde o reconhecimento e enfrentamento dos traumas levam à mudança .
- Empoderamento: Gloria reassume o controle sobre o monstro, aludindo à recuperação da agência pessoal após a libertação de relações abusivas.
✨ Conclusão
Colossal utiliza a fantasia para materializar teorias psicológicas complexas. Sua base principal reside na Terapia do Esquema de Young , que explica a ligação entre traumas precoces, formação de EIDs e padrões relacionais disfuncionais. Complementarmente, abordagens sobre violência estrutural contextualizam as dinâmicas de poder tóxico. A narrativa serve como alegoria para o processo de reconhecer e desmantelar esquemas autodestrutivos – um caminho que, como na terapia, exige confronto doloroso para alcançar a libertação.