… talhado numa canoa. (ao som de Me Voy)
Foi assim: ele estava há muito carente e amargando um baita vazio. Ela parecia assim também.
Após as devidas apresentações, deixaram rolar o som e ele não pode deixar de fazer jus à veladas intenções. Acordes e olhares pra ela…
Numa dessas de olhar e gostar do que vê, conversar e gostar do que ouve, tocar e gostar do que sente, puseram-se a tocar a tal canoa como fosse apenas mais uma remada.
E não é que a corrente ajudou um bocado? Continuaram remando…
Umas corredeiras deram uns sustos, mas tudo parecia bem até ali. Continuaram remando…
Não mais do que de repente ela, por medo ou insanidade (tese que ele defende até hoje), deu com a pá na orelha dele e pulou na água.
Ele desacordado foi levado ainda pela correnteza rumo ao penhasco de 253 metros.
Quando acordou, quase sem chão, nem canoa, nem beira pra segurar, viu-a no horizonte e pediu socorro ao que ela respondeu “…não aguento mais!“.
Sem entender aquilo, e já caindo, prendeu o fôlego e…
Quebrados 176 ossos, coração e sonhos dele, teimosamente sobreviveu e agradeceu aos Céus por mais uma chance de acertar o rumo da canoa…
Ficou o aprendizado: cuidado com as asas que se arrastam para o teu lado!
[FIM]
A história é fantástica, mas os personagens são reais. E a dor também foi…